Atualidades e psicologia
TEA: Quais impactos um diagnóstico tardio pode gerar?
Vocês já perceberam que está ficando cada vez mais recorrente o uso da sigla TEA? Assim, questiono vocês nesta reflexão: muito se fala sobre o TEA, mas você compreende o significado do Transtorno do Espectro Autista?
Tendo como referência APA (2023), temos que o Transtorno do Espectro Autista –TEA – faz parte do grupo de transtornos do neurodesenvolvimento e é descrito por uma díade de prejuízos: déficits persistentes na comunicação social e na interação social; padrões restritivos e repetitivos do comportamento, interesses ou atividades.
Importante ressaltar que os sintomas devem iniciar na fase do desenvolvimento da criança. Por isso é tão comum associar o TEA em crianças pré-escolares, escolares e em adolescentes. Mas, reflita comigo! Os sintomas devem estar presentes precocemente no desenvolvimento da pessoa. Essa afirmativa NÃO EXCLUI o diagnóstico em adultos.
É possível que a pessoa adulta não tenha muitas informações sobre sua primeira infância ou que não tenha pessoas próximas que possam confirmar os sintomas de TEA durante a fase desenvolvimental. Então este adulto não pode ser diagnosticado? A resposta para esta pergunta é SIM, ele pode. E será de suma importância para este adulto compreender melhor e se autoconhecer perante a confirmação/validação do diagnóstico.
O transtorno do Espectro Autista não é considerado um transtorno degenerativo, assim, pode-se pensar em um contínuo de habilidades e aprendizagens que podem ser adquiridas, compreendidas e ressignificadas – como as intervenções corretas para cada caso.
Por que, às vezes, ocorre o diagnóstico tardio?
O TEA não é diagnosticado de uma forma categórica e sim dimensional. Então, existe possibilidade de uma pessoa ter sintomas mais brandos do que outras. E, possivelmente, no período mais acentuado do transtorno os prejuízos causados não deram um forte impacto na vida cotidiano do sujeito e/ou pode ter sido confundido os sintomas como falta de habilidade em algum contexto, timidez, dentre outros comportamentos corriqueiros do desenvolvimento infantil que não se justifica por um transtorno. E, na vida adulta esse prejuízo (não identificado e trabalhado) pode vir a causar impasses nas áreas de maiores impactos do sujeito – profissional, acadêmica, social, financeira, relações íntimas .
Qual importância do diagnóstico e da efetividade do diagnóstico para auxiliar as habilidades e os prejuízos.
Cada pessoa é única e se desenvolve dentro da sua subjetividade, certo? Com os transtornos não é diferente. Cada pessoa diagnosticada com TEA não tem as mesmas prevalências de dificuldades, habilidades, personalidade. Por isso é tão importante o processo da Avaliação Psicológica/Neuropsicológica para que os profissionais possam ter mais acesso a subjetividade do sujeito e trilhar as melhores intervenções para cada caso. Importante estimular as áreas com maiores prejuízos sem esquecer de trabalhar as áreas com maiores potencialidades que possam corroborar com a qualidade de vida do sujeito. Uma pessoa que não teve recursos para se estimular pode não usufruir de toda sua potencialidade e causas bloqueios, paralisações em áreas que poderiam ser trabalhadas de formas mais eficientes e eficazes.
Não é fácil conviver com transtornos e, também, não é IMPOSSÍVEL.
Quanto mais cedo tiver acesso ao diagnóstico de TEA mais cedo essa pessoa poderá ser estimulada nas áreas necessárias. E, mesmo que não tenha sido diagnosticada cedo não deixe de procurar um profissional qualificado para esse diagnóstico.
O diagnóstico tardio é melhor do que nenhuma investigação.
Compreender e avaliar as possíveis variabilidade nos quadros clínicos é um desafio para um diagnóstico preciso. Por isso capacite-se e busque profissionais gabaritados para te auxiliar neste processo, seja profissional ou uma pessoa diagnostica com o TEA.
Autora
Psicóloga Mestra Andreia Souza Reis (CRP 09/8907)
Psicóloga Especialista na Clínica Fenomenológica-existencial; Mestra em Psicologia na área de Avaliação Psicológica; Professora e Escritora; Formação em Psicologia da Dança.
A Psicologia é uma ciência muito ampla e há diversas abordagens de psicoterapia eficazes para o tratamento de indivíduos com TEA.
As intervenções para o TEA são personalizadas para atender às necessidades de cada indivíduo, utilizando técnicas para desenvolver habilidades sociais, linguísticas e comportamentais, uma amplamente utilizada é a Terapia ABA ( Análise do comportamento aplicada).
A Rede de Psicologia é uma clínica com profissionais qualificados para atender as mais diversas demandas e com experiências em intervenção para o TEA, desde:
– Diagnóstico através de avaliação psicológica e neuropsicológica;
– Acompanhamento psicológico para crianças, adolescentes e adultos com TEA;
– Acompanhamento para a rede de apoio (familiares) de crianças e adultos autistas, com foco em acolhimento.
Conte conosco, entre em contato par agendar uma Avaliação Inicial.