“Trabalhe enquanto eles dormem”. Será?

Vocês já pararam para pensar nas mudanças ocasionadas nos processos de trabalho ao longo do tempo?  

Alguns autores apontam as principais transformações ocorridas ao longo do tempo no mundo, como responsáveis por mudanças nos processos de trabalho. Barcaui (2014) coloca que a modernização e a introdução de novas tecnologias na vida das pessoas, pode-se observar: a aceleração no ritmo de trabalho, longas jornadas de trabalho, aumento da cobrança dos trabalhadores e até mesmo a exigência de maior especialização.  

Apesar da história da humanidade ser permeada pelo ofício do trabalho desde o seu início, os trabalhadores tiveram que lutar e reivindicar seus direitos e possibilidade de crescimento para chegar até aqui. Sendo assim, 01 de maio considerado como o dia universal do trabalho funciona como um marco da luta de uma comunidade de trabalhadores que tiveram a percepção da necessidade de melhores condições para o exercício de sua profissão, melhores condições de vida! 

E aí, só esse movimento foi suficiente ? Se podemos dizer que o trabalho acompanha as mudanças do mundo, e se tudo é dinâmico e se altera constantemente, apelar por melhores condições de trabalho deve ser sempre um movimento presente. Assim, vemos uma crescente abordagem do tema Saúde do Trabalhador, assim como o aparecimento do adoecimento gerado pelo trabalho e suas repercussões na vida cotidiana.  

Eu sou o meu trabalho? Ou o trabalho é apenas uma parte da minha vida? Questões como essas, são apenas o pontapé para começar a pensar sobre os sentidos e significados que o trabalho tem produzido em sua vida. Como dito, o ritmo do trabalho, a exigência de uma produtividade permanente, o lema “trabalhe enquanto eles dormem” tem funcionado como principais aspectos influenciam na qualidade de vida do trabalhador e favorecem o adoecimento laboral.  

Diante desse cenário, recentemente, a OMS reconheceu a Síndrome de Burnout como um adoecimento consequente de processos de trabalho adoecedores, de modo a ocasionar mudanças físicas, psicológicas na vida dos trabalhadores. Então, se de fato você observa um cansaço crônico após o seu trabalho, a perda de interesse na realização e distanciamento de suas atividades, isso não tem nada haver com preguiça ou corpo mole! Isso é sua saúde! 

 Sendo assim, é importante que nós, como trabalhadores, revisitemos este dia 01 de maio, como uma oportunidade para alinhar as necessidades pessoais com o que o trabalho exige de nós, de modo que nos fortaleça para alcançarmos os nossos objetivos e possibilite um movimento saudável no mundo.  

Autora:

Psicóloga Mariany Ribeiro Lima

CRP 09/14387