Reflexões sobre o ensino remoto em tempos de pandemia

Reflexões sobre o ensino remoto em tempos de pandemia

Desde o ano passado estamos vivendo uma situação de pandemia, afetando a vida de todos de forma generalizada. Vivemos em uma adaptação forçada para um novo estilo de vida, à distância, em todos os aspectos, desde os encontros com familiares que ocorrem de maneira virtual, quanto aos serviços e comércio. Alguns profissionais não puderam parar, por exemplo trabalhadores da área da saúde, ou até mesmo serviços do dia a dia, como a portaria do prédio, os serviços de limpeza e de entregas.

Enquanto alguns profissionais precisaram se reinventar e tomar medidas de precaução para o trabalho presencial, outros foram impedidos de estarem presencialmente, mesmo com os cuidados necessários. Um dos serviços mais importantes no Brasil e mais afetado atualmente, é a educação de nossos jovens. As escolas realizaram o fechamento há um ano, obrigando os professores, estudantes e familiares a se adaptarem ao ensino remoto. O que anteriormente se via como uma tendência, está gerando muito incômodo e dúvida sobre sua eficiência.

A falta do contato presencial com o professor causa um distanciamento entre o educador e o educando, a sensação de um aprendizado insuficiente é sentido pelas duas partes. Como consequência, os responsáveis se sentem sobrecarregados, muitos precisam trabalhar e não podem deixar os filhos sozinhos em casa, a escola auxiliava até nessa questão. A população carente é quem mais sofre, sempre, muitas vezes precisando compartilhar o único celular entre os filhos para que todos possam acompanhar as aulas e atividades virtuais, com um serviço de internet muitas vezes insuficiente.

A sensação de sobrecarga também recai sobre os professores, que tentam disponibilizar seus contatos pessoais em aplicativos de conversa para poderem sanar dúvidas e auxiliar os estudantes, muitas vezes excedendo seu horário de trabalho. O professor segue essa carreira como uma missão de vida, portanto, não se sente confortável em deixar o estudante com uma dúvida, seja sábado, domingo ou feriado.

Muitos pontos a melhorar foram encontrados no ensino remoto, a avaliação dessa metodologia está em xeque, porém, existem sim pontos positivos. Já dizia Carl Jung, “tudo depende de como vemos as coisas e não como elas são”. Foi possível realizar reuniões de pais remotas, evitando o deslocamento dos mesmos às unidades escolares, eventos e atividades para a escola toda foram possíveis de se realizar ao mesmo tempo, não necessitando de um espaço físico para alocar os estudantes, a organização do tempo para executar as atividades foi flexibilizado, oportunizando ao estudante conciliar cursos extra-curriculares e outras tarefas com as suas atividades escolares. A autonomia do estudante no seu processo de aprendizado foi favorecida. Sejamos otimistas, vivemos num mundo de circunstâncias, esse momento passará.

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Autor: ALEX PEREIRA LEITE | Psicólogo – CRP 09/10101

Especialista em Psicologia do Desenvolvimento Infantil e Adulto pela UNIARA-SP, graduado pela USJT-SP, tem experiência na área da saúde coletiva, familiar e de proteção especial de crianças e adolescentes. Atua como psicólogo clínico desde 2015 com base na psicologia humanista e na Terapia Focada nas Emoções, auxiliando em problemas de regulação emocional (medo, raiva, luto, culpa, ansiedade, etc.), relações interpessoais e familiares, autoconhecimento e temas relacionados ao desenvolvimento de crianças e adolescentes no contexto familiar e social.

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