Luto Coletivo: Somos uma sociedade em dor.
Desde o início da pandemia somos uma sociedade que vive diariamente a dor. Seja a dor da perda, seja a dor do isolamento, seja a dor do medo. Tivemos que aprender na prática como é viver em luto coletivo. De maneira agressiva, muitos temas que até então sempre foram tabus e afastados pelas pessoas começam a fazer parte do cotidiano.
E quando tudo começa timidamente a voltar ao “novo” normal, nos deparamos com mais perdas inesperadas, como a perda precoce do ator e comediante Paulo Gustavo, que em 04 de maio de 2021 faleceu vítima da covid-19. Quando um ídolo morre, a morte é escancarada e nossa finitude vem à consciência. Percebe-se (Percebemos) então que tudo vai deixar de existir um dia e esse dia vem sem aviso prévio.
Sentimentos de medo, insegurança, ansiedade, desespero, desorganização, impotência são vivenciados com frequência e ainda (hoje) tentamos acomodar esses desconfortos.
Somos uma sociedade em dor.
Dor pelas mortes do Covid, dor pelas mortes dos ídolos, como a de Paulo Gustavo, dor por entrar em contato com nossas impotências e finitude.
Autora:
Lívia Brito | Psicóloga – CRP 09/13701