Algumas dicas sobre o enfrentamento da travessia de diagnósticos físicos difíceis

Algumas dicas sobre o enfrentamento da travessia de diagnósticos físicos difíceis

O adoecimento físico grave, com suas repercussões de tratamentos prolongados, acompanhadas da possibilidade do risco de morte (de si próprio ou de pessoas queridas) está próximo ao topo da lista das mais desafiadoras empreitadas psíquicas. Quem diz isto é o psicanalista Wilfred Bion.

Com a revolução científica, temos boas notícias para a possibilidade de tratamento de casos de cânceres metastáticos e de várias doenças degenerativas, com sobrevida e prognósticos animadores. Então, aqui seguem-se algumas dicas para a travessia destas fases mais críticas:

1. Busque informações de qualidade sobre o problema que você (ou o ente querido enfrentará). Pesquise, converse com seu médico e sua equipe de saúde sempre. Sempre mesmo. Seja um agente ativo no seu processo de cuidados;
2. Aceite que o problema existe e tente olhá-lo de frente, na medida do possível. Isto pode ser determinante ao acesso, em tempo hábil, das melhores possibilidades de tratamento;
3. Aprenda a conviver com as dificuldades decorrentes dos medicamentos, dos tratamentos e de outros problemas associados;
4. Respeite os momentos em que precisar de pausas (permita-se tê-las quantas vezes forem necessárias!) ou de reinvenção da sua rotina. Mas, sempre que possível, busque transcender, com alguma leveza, o lado mais difícil do processo;
5. Faça atividades físicas, tenha algum hobby (aliás, vários…rs..) encontre pessoas queridas, assista filmes, cuide de plantas, ouça música e descubra coisas que te revigorem, que te façam bem;
5. Procure um profissional da Psicologia para ajudar-lhe nesta fase mais desafiadora: questões como a “Síndrome do Sobrevivente”, o impacto dos “lutos não reconhecidos” das perdas da saúde, de habilidades, de sonhos e projetos precisam ser acolhidos e trabalhados, além do trauma do diagnóstico em si;
6. Acima de tudo, viva e celebre cada novo dia! Siga em frente! Permita-se “superviver”, quebre protocolos quando viável, colecione boas lembranças!

Para concluir, cuidar do sofrimento psíquico melhora não só a vida durante o tratamento prolongado, mas também, interfere positivamente no prognóstico. Sim, há estudos científicos que comprovam o que já era observado na clínica.

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Autora: RÔZI-MAYRY OLIVEIRA SOARES DUARTE | Psicóloga – CRP 09/01304

Psicóloga graduada pela Universidade de São Paulo. Foi bolsista de Iniciação Científica do CNPq, com estudos em Neurociências, Psicoimunologia e Tolerância a Álcool e Drogas. Especialização em Psicologia Clínica da Adolescência, na Unicamp. Psicóloga clínica com percurso em Psicanálise. Faz psicodiagnóstico clínico e psicoterapia/análise. Atendimento de crianças, adolescentes e adultos, incluindo orientação a pais.

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