Psicanálise: que teoria é essa?

Psicanálise: que teoria é essa?

“Psicanálise” – esse é um termo que muito escutamos, seja dentro dos muros das universidades ou mesmo em conversas paralelas. Mas afinal, você sabe do que se trata essa palavra que por tantas vezes se faz presente?

Psicanálise e inconsciente são termos que andam juntos, e provavelmente este segundo está ainda mais enraizado na nossa linguagem… mas falaremos dele em um próximo texto. Pois bem, a Psicanálise é uma teoria criada por Sigmund Freud no ano 1889/ 1900 com o intuito de explicar o funcionamento do psiquismo humano.

A história e as histéricas

A teoria psicanalítica foi sendo formulada e reformulada durante muitos anos, na medida em que Freud atendia seus pacientes e fazia novas descobertas. Sigmund Freud era médico na cidade de Viena, na Áustria, e o hospital onde atuava recebia um grande número de pessoas diagnosticadas com histeria. Em sua maioria mulheres, as pacientes apresentavam sintomas físicos que não tinham qualquer explicação orgânica. Ou seja, apesar de apresentarem alguma deficiência aparente (não enxergar, não movimentar as pernas, dentre outros sintomas), os exames não apontavam nenhuma causa orgânica, nada que pudesse justificar suas paralisias.

Por muitos anos “as histéricas” foram tomadas por mentirosas, como se não estivessem de fato com aqueles sintomas, mas sim forjando-os. Intrigado com o crescente número de pacientes com o mesmo diagnóstico, Freud e seu colega de profissão Breuer buscavam no psiquismo a causa para essas deficiências. Utilizando o método da hipnose, os médicos traziam à consciência conteúdos que foram esquecidos, fazendo com o que a (o) paciente se recordasse do trauma que provavelmente teria levado ao surgimento dos sintomas. Ao se recordar e reagir a esses eventos traumáticos, os sintomas desapareciam.

A inauguração da Psicanálise

Apesar da hipnose apresentar bons resultados frente ao desaparecimento dos sintomas histéricos, Freud percebeu que outros sintomas apareciam logo em seguida. Somado ao fato de que nem todos os pacientes estavam suscetíveis à serem hipnotizados, Freud rompe com o método da hipnose e busca na fala livre do paciente o novo caminho que irá conduzir àquilo que foi esquecido. Inaugura então o método da associação livre e com ele a sua teoria – a Psicanálise.

Tendo percebido que seus pacientes se lembravam de alguns conteúdos apenas em estado hipnótico, Freud identificou que os materiais esquecidos tinham motivos para terem tido tal destino. Havia um jogo de forças psíquicas que tentava barrar todo esse conteúdo da consciência, mas não significava que ele deixava de existir. Para Freud, estes impulsos psíquicos estavam reprimidos no inconsciente e se manifestavam enquanto patologias

A falha do inconsciente

Aliando a teoria do inconsciente ao método da associação livre, Freud percebeu que nesse jogo de forças nem sempre o inconsciente conseguia guardar para si todo o conteúdo armazenado, fazendo com que, na linguagem, alguma coisa escapasse. Através da fala de seus pacientes, percebeu que os conteúdos esquecidos estavam ligados aos desejos sexuais e às vivências dos primeiros anos da infância, de modo que construiu toda sua teoria centralizada nestes pilares – teoria do inconsciente e teoria sexual.

Compreendido isto, Freud concebeu a Psicanálise enquanto a teoria de acesso aos conteúdos inconscientes, de modo que podemos acessá-los através da fala livre, sem amarras, para que o analista consiga capturar o exato momento em que este cadeado de forças inconscientes falha, deixando escapar alguma coisa para o consciente. Está ai a importância em se dizer livremente tudo o que vem à cabeça, mesmo que aquilo pareça absurdo. Assim, o analista é aquele que oferece uma escuta qualificada de modo a construir com cada paciente uma experiência analítica única, baseada nos próprios conteúdos que ele traz para a análise.

Mas isso ainda funciona?

Mesmo que nos dias de hoje os casos de histeria clássica estejam menos comuns (ligados à fatores históricos e sociais), é válido lembrar que este foi apenas o pontapé de inauguração da Psicanálise, de modo que a teoria se desenvolveu para além destes casos e continua atual.

A Psicanálise, portanto, perdura enquanto teoria que nos auxilia a compreender melhor por quê fazemos o que fazemos, agimos como agimos. Com essa informação em mãos, deixamos de agir movidos por uma lógica que é totalmente alheia à nós e conseguimos racionalizar essas escolhas. Assim, se torna este o grande objetivo da análise: oferecer caminhos para que tenhamos a escolha de viver, ou não, de forma menos penosa.

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Autora:

FLÁVIA ÁVILA MORAES | Psicóloga – CRP 09/13456

Bacharel e licenciada em Psicologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e pós graduanda em Psicanálise. Você gostaria de ter mais autonomia sobre suas decisões? Se sente insegurx sobre suas escolhas? Eu posso te ajudar! Me chamo Flávia e juntos vamos realizar um trabalho que tenha como foco o auxílio no seu sofrimento. Te convido a realizar uma experiência psicoterapêutica única e personalizada, sem receitas prontas, desenvolvida especialmente pra você. Vamos conversar? Agende um horário para nos conhecermos melhor, será um prazer te atender. Seja muito bem vindx!

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