O papel do psicólogo hospitalar

A Psicologia Hospitalar trata dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento, ela procura a diminuição do sofrimento provocado pela hospitalização, trazendo um olhar diferente dos outros profissionais que atuam no hospital, se atentando não é a doença em si, mas a relação que o paciente tem com seu sintoma, ou, em outras palavras, o que nos interessa primariamente é o destino do sintoma, como o paciente lida com a sua doença, o significado que ele da a ela. O processo de adoecer e internação do paciente nunca é fácil, pois a pessoa é obrigada a pôr de lado sua rotina, atividades pessoais e estilo de vida para tratar de sua condição de saúde, essas experiências costumam vir acompanhadas de impactos emocionais aos pacientes e familiares, que também sofrem junto ao parente adoecido, e ambos têm que se adaptarem a rotina hospitalar ou até mesmo novas condições de vida, dependendo do motivo do adoecimento. Nesse sentido, pode-se acrescentar que o psicólogo avalia o estado emocional do paciente e da família e o impacto do adoecimento e da internação para ambos.

Parte desse processo é acompanhar e dar apoio o junto a família do paciente, pois o familiar vivencia um momento de crise vindo do sentimento de impotência devido a enfermidade de seu ente querido, e também seu temor pela possibilidade de falecimento; pela dificuldade em compreender o que se passa com o paciente; pela distância imposto pelo ambiente hospitalar (o que impossibilita o familiar de cuidar, ele mesmo do paciente); juntamente com a impotência diante o sofrimento do outro. Ele consegue essa tarefa graças a equipe multidisciplinar, agindo
como um facilitador da comunicação e da expressão humana, entre a equipe e os pacientes, visando um melhor entendimento entre as vivencias de ambas as partes, aprimorando a comunicação, auxiliando a tomada de decisões e encaminhamentos frente às dificuldades ou queixas apresentadas pelos pacientes e/ou familiares, podendo o Psicólogo(a) mediar a relação entre equipe/ paciente e equipe/equipe, a fim de que o ambiente hospitalar seja menos estressor para os profissionais e usuários. Por isso no contexto hospitalar, o psicólogo(a) deve buscar estabelecer um contato mais próximo com outras profissões, pois a saúde não é de competência de um único profissional, ela é uma prática interdisciplinar e de diversos profissionais das muitas áreas de atuação, sempre atento as demandas e necessidades de sua instituição e equipe com que trabalha, ganhando um papel de destaque para consolidar a harmonia da equipe e auxiliar no restabelecimento da saúde do paciente.

Mas é extremamente importante ressaltar apesar do paciente estar passando por um momento crítico de adoecimento e internação, ele continua tendo uma identidade e precisa ser parte ativa em todo seu tratamento. Através do atendimento humanizado, o psicólogo hospitalar realiza sua intervenção psicológica, levando em consideração as possíveis consequências do impacto relacionado ao adoecimento, à internação e ao tratamento, bem como aos possíveis agravamentos decorrentes, trabalhando o resgate da esperança e da luta pela vida, que capacitará o paciente a lidar com as situações difíceis referentes ao seu quadro clínico, além das possibilidades e limites do seu tratamento.

Danilo Moreira | Psicólogo – CRP 09/16291

Trabalhei com o tele saúde, programa da secretária de saúde, com pacientes e familiares que tiveram covid 19, incluindo profissionais de saúde, e com minha experiência como psicólogo hospitalar, tenho essa vivência de como é desgastante a rotina e o ambiente de trabalho para esses profissionais, seus problemas e que posso atendê-los de forma mais empática oferecendo apoio e compreensão, através de uma vivência que semelhante a deles.