Porque os seres humanos criam “Rótulos” uns para os outros?
Loira, negro, branco, pobre,
índio, feio, crente, ateu, gay, puta, piriguete, deficiente, são todos rótulos
para explicar, enquadrar, orientar, de maneiras menos ou mais politicamente
corretas, uma categoria geral de seres vivos: Gente.
índio, feio, crente, ateu, gay, puta, piriguete, deficiente, são todos rótulos
para explicar, enquadrar, orientar, de maneiras menos ou mais politicamente
corretas, uma categoria geral de seres vivos: Gente.
O ser humano parece ter a
necessidade de criar rótulos para si ou para os seus semelhantes, e isso parece
ter algumas funcionalidades: Em primeiro lugar, rótulos servem para economizar energia nas relações humanas.
Isso porque é fácil se relacionar com categorias de pessoas, esperando comportamentos
comuns à elas, ao invés de se esmerar no conhecimento das qualidades
individuais de cada pessoa, pois cada uma é singular no mundo e o comportamento
de cada varia… Pense que inferno seria viver em mundo em que você teria que
conviver pelo menos um dia inteiro com cada pessoa para tirar conclusões a
respeito dela?! Seria ideal? Talvez, mas levaria muito mais tempo para
desenvolvermos relações humanas e por isso, viver em sociedade. Ou seja, não
seria parcimonioso (econômico), e isso impossibilitaria as relações. Por isso,
o ser humano parece ser preparado pela natureza para pensar a sociedade, e os
indivíduos que a compõe através de rótulos.
necessidade de criar rótulos para si ou para os seus semelhantes, e isso parece
ter algumas funcionalidades: Em primeiro lugar, rótulos servem para economizar energia nas relações humanas.
Isso porque é fácil se relacionar com categorias de pessoas, esperando comportamentos
comuns à elas, ao invés de se esmerar no conhecimento das qualidades
individuais de cada pessoa, pois cada uma é singular no mundo e o comportamento
de cada varia… Pense que inferno seria viver em mundo em que você teria que
conviver pelo menos um dia inteiro com cada pessoa para tirar conclusões a
respeito dela?! Seria ideal? Talvez, mas levaria muito mais tempo para
desenvolvermos relações humanas e por isso, viver em sociedade. Ou seja, não
seria parcimonioso (econômico), e isso impossibilitaria as relações. Por isso,
o ser humano parece ser preparado pela natureza para pensar a sociedade, e os
indivíduos que a compõe através de rótulos.
E isso nos leva ao segundo ponto,
pensar o ser humano por rótulos parece ajudar a formação de grupos sociais. Eles são muito importantes, e sempre
foram na história da humanidade! Primeiramente, há milhares de anos, desenvolveram
um papel crucial na sobrevivência dos homens pré-históricos, e hoje, continuam
desenvolvendo um papel essencial, em tarefas não menos importantes para a
formação e manutenção da humanidade, como a sociabilidade, a criação de redes
de informação e etc.
pensar o ser humano por rótulos parece ajudar a formação de grupos sociais. Eles são muito importantes, e sempre
foram na história da humanidade! Primeiramente, há milhares de anos, desenvolveram
um papel crucial na sobrevivência dos homens pré-históricos, e hoje, continuam
desenvolvendo um papel essencial, em tarefas não menos importantes para a
formação e manutenção da humanidade, como a sociabilidade, a criação de redes
de informação e etc.
O terceiro ponto, pelo qual se
pode entender os relacionamentos baseados em rótulos pode ser entendido para a afirmação de uma identidade! Tal
identidade pode ser autoafirmada ou insuflada por outros para o indivíduo e tem
como objetivo demarcar a nossa singularidade no mundo. Tal identidade pode ser
individual ou grupal: Um grupo LGBT, um grupo de pesquisadores da teoria
psicanalítica, um grupo de religiosos, etc. E isso nos leva ao quarto ponto que
é…
pode entender os relacionamentos baseados em rótulos pode ser entendido para a afirmação de uma identidade! Tal
identidade pode ser autoafirmada ou insuflada por outros para o indivíduo e tem
como objetivo demarcar a nossa singularidade no mundo. Tal identidade pode ser
individual ou grupal: Um grupo LGBT, um grupo de pesquisadores da teoria
psicanalítica, um grupo de religiosos, etc. E isso nos leva ao quarto ponto que
é…
A afirmação política. Sim, a rotulação de pessoas e relações pode
ser usada para a afirmação política, se a entendermos como afirmação de uma
posição e de poder. Isso pode ser facilmente compreendido nos mecanismos de
formação de governos, ou de políticas públicas ou de Estado/Governo, por
exemplo: Eu sou brasileiro (um ser que vive em um território, com linguagem e
costumes, relativamente comuns à outros indivíduos) que entende ser necessária
a política de cotas para pobres (política de governo) para a diminuição das
diferenças dos excluídos sociais (política de Estado). Ou seja, em uma única frase,
fui capaz de usar três rótulos para me posicionar politicamente.
ser usada para a afirmação política, se a entendermos como afirmação de uma
posição e de poder. Isso pode ser facilmente compreendido nos mecanismos de
formação de governos, ou de políticas públicas ou de Estado/Governo, por
exemplo: Eu sou brasileiro (um ser que vive em um território, com linguagem e
costumes, relativamente comuns à outros indivíduos) que entende ser necessária
a política de cotas para pobres (política de governo) para a diminuição das
diferenças dos excluídos sociais (política de Estado). Ou seja, em uma única frase,
fui capaz de usar três rótulos para me posicionar politicamente.
E por último, deixei a o mais “macabro”
de todos eles, mas que é real, e pode ser compreendido pela junção de um ou
todos os itens anteriores: A segregação!
Sim, esta que é uma das expressões políticas fruto do extremo da estigmatização
(Goffman, 1980). Dá se o nome para uma pessoa/grupo por conta de algum “marcador
social” com o objetivo de rebaixá-lo a algum nível de subserviência e obter
algum tipo de benefício político com isso.
de todos eles, mas que é real, e pode ser compreendido pela junção de um ou
todos os itens anteriores: A segregação!
Sim, esta que é uma das expressões políticas fruto do extremo da estigmatização
(Goffman, 1980). Dá se o nome para uma pessoa/grupo por conta de algum “marcador
social” com o objetivo de rebaixá-lo a algum nível de subserviência e obter
algum tipo de benefício político com isso.
Ou seja, o que se passa com o
relacionamento com rótulos é que, eles sempre ocorrem nas dinâmicas
interpessoais, e eles são parte natural do processo de “encontro” com outra
pessoa no mundo. Na medida em que nossas relações vão se aprofundando eles vão
dando lugar à um conhecimento verdadeira da pessoa/grupo. Não que os rótulos
deixem de existir, na verdades rótulos novos dão lugar à rótulos velhos, e isso
não é necessariamente maligno. Maligno é o fato de usar os rótulos para
diminuir ou extrair vantagem de um semelhante. Acredito que os rótulos foram
impressos na natureza como forma de nos dar atalhos para o estabelecimento das
relações humanas, e que devem, por isso, ser usados para tal finalidade benéfica para o ser humano, e não para os efeitos colaterais que isso pode gerar.
relacionamento com rótulos é que, eles sempre ocorrem nas dinâmicas
interpessoais, e eles são parte natural do processo de “encontro” com outra
pessoa no mundo. Na medida em que nossas relações vão se aprofundando eles vão
dando lugar à um conhecimento verdadeira da pessoa/grupo. Não que os rótulos
deixem de existir, na verdades rótulos novos dão lugar à rótulos velhos, e isso
não é necessariamente maligno. Maligno é o fato de usar os rótulos para
diminuir ou extrair vantagem de um semelhante. Acredito que os rótulos foram
impressos na natureza como forma de nos dar atalhos para o estabelecimento das
relações humanas, e que devem, por isso, ser usados para tal finalidade benéfica para o ser humano, e não para os efeitos colaterais que isso pode gerar.
Referência
Goffman, E. (1980). Estigma: Notas sobre a manipulação da
identidade deteriorada. Petrópolis: Vozes.
identidade deteriorada. Petrópolis: Vozes.