Para além do luto: A dor da morte e a nova vida

Para além do luto: A dor da morte e a nova vida

O choro, a tristeza e a saudade são reações que na grande maioria das vezes acompanham o processo de luto. Mas o que tem por trás do luto que o faz ser algo tão comum mas que ao mesmo tempo é vivido de maneiras tão individuais?

O termo luto geralmente é reservado para denominar um processo de perda de uma pessoa amada e especial. No entanto, este luto, para além da pessoa perdida, refere-se também à perda de planos e sonhos que envolviam o indivíduo. Perde-se também todas as expectativas sobre um futuro com aquela companhia.

Por isso, a forma como a pessoa vai vivenciar o seu luto está diretamente relacionada com os sentimentos passados, que aconteceram quando o sujeito ainda estava vivo, mesclados com os sentimentos que surgiram após a notícia da perda. E neste sentido, entende-se o motivo pelo qual em uma casa em que teve uma mesma perda na família, cada indivíduo vivenciará o luto da sua maneira, no seu tempo, significado, sentimentos e reações singulares.

Em contrapartida é possível observar determinadas “etapas” que se forem vividas pelo enlutado podem auxiliar para que o mesmo passe por este processo de uma forma mais saudável. Tais fases podem ser descritas no primeiro momento pelo espanto da notícia seguida da negação da morte. Após o reconhecimento e elaboração da perda a pessoa pode passar por um período de lamentação e raiva, que podem também gerar uma leve depressão e consequente ansiedade ou até mesmo culpa. Até que por fim o indivíduo consiga se adaptar, reorganizar e aceitar viver novamente.

O processo de luto portanto, ultrapassa o período de “lamentação”. Ele se refere à toda uma reorganização emocional, intelectual e social pela qual o indivíduo passa para se adaptar a este novo mundo que ele passará a viver sem a pessoa amada.

Por estes motivos, o luto, em todas as suas formas, não deve ser desprezado, ridicularizado ou até mesmo comparado com o luto de outro alguém. Ele deve ser valorizado e acompanhado de forma com que este processo seja vivenciado saudável e naturalmente.


Referências:

VIORST, Judith. (1998) Perdas Necessárias. Editora: Melhoramentos

PARKES, C. M. (1998) Luto: estudos sobre a perda na vida adulta. 2ª ed. São Paulo: Summus editorial.

MOURA, C. M. (2006) Uma avaliação da vivência do luto conforme o modo de morte. Dissertação de mestrado. Universidade de Brasília

Imagem: Extraída do Google Imagens

Assine nossa
newsletter