Os Estilos de Parentais e a Importância dos limites e do afeto na educação dos filhos

Os Estilos de Parentais e a Importância dos limites e do afeto na educação dos filhos

Educar um filho é uma tarefa árdua. Muitas situações podem levar os pais a se questionarem se estão fazendo “a coisa certa”. Crianças não vêm com manual de instruções e não existem fórmulas mágicas que solucionem maus comportamentos ou problemas emocionais do dia para a noite. Felizmente os pais não estão sozinhos nesta tarefa e podem contar com o auxílio da ciência nessa incrível arte de educar seus filhos. Pesquisadores importantes da psicologia e do comportamento humano ajudam a desvendar alguns mistérios das relações humanas gerando conhecimentos que podem transformar o dia-a-dia de famílias que buscam uma vida mais feliz. Neste texto abordaremos uma questão importante: O Autoconhecimento dos pais quanto ao seu estilo de educar.

Práticas Parentais são as estratégias que os pais usam para disciplinar, geralmente comportamentos específicos, como elogiar ou gritar, ou dialogar, ou bater, etc..(WEBER, 2014, p. 61) Chama-se de Estilo Parental um conjunto de comportamentos e atitudes dos pais e todo o clima existente em uma relação pais-filhos, inclusive a expressão corporal, o tom de voz, o bom e mau humor e as práticas parentais usadas mais frequentemente. Os dois fatores determinantes que combinados definem o estilo parental são a responsividade (afeto, envolvimento) e a exigência (regras e limites).

Existem de acordo com este modelo 4 Estilos Parentais bem definidos. A autora deixa claro que, vez ou outra, os pais podem misturar um estilo com outro, mas de maneira geral nos comportamos dentro de uma dessas quatro maneiras. Pais e mães podem ter estilos iguais ou diferentes e esta mistura pode ser benéfica ou não para os filhos, como veremos a seguir. Veja a descrição de cada estilo e analise com qual deles você se identifica.

  1. Estilo Autoritário (Muito Limite e Pouco Afeto)

São pais com um alto nível de exigência, porém pouca responsividade (afeto). Esses pais costumam colocar regras e limites bem rígidos e buscam obediência e controle. Consideram pouco a opinião do filho e seus sentimentos e não permitem a participação em decisões e escolhas. Tem dificuldade com a demonstração de afeto e a participação nas atividades do filho

      2. Estilo Permissivo (Pouco Limite, Muito Afeto)

São pais que tem um alto nível de responsividade e permissidade e baixo nível de exigência. Permitem quase tudo aos filhos, fazem suas vontades e oferecem recompensas e coisas em excesso. Consideram as opiniões vontade dos filhos, mas deixam suas próprias opiniões de lado. Têm dificuldade em dizer não e medo de não serem amados pelos filhos.

       3. Estilo Negligente (Pouco Limite, Pouco Afeto)

São os pais que deixam o filho “solto”, não colocam regras nem se envolvem com as questões dos filhos. Nunca tem tempo ou interesse necessário para a educação do filho. São pais muito confusos que não estabelecem nem regras nem participam das questões dos filhos.

       4.Estilo Participativo (Muito Limite, Muito Afeto)

Considerado pelos pesquisadores como o melhore estilo parental. No estilo participativo os pais apresentam muitas regras e exigências, mas em contrapartida oferecem também muita participação e afeto nas questões dos filhos. Exigem obediência mas consideram a opinião dos filhos fazendo-o participar de decisões e escolhas. Estão disponíveis para brincar, ajudar com as tarefas, elogiar e valorizar. Demonstram o orgulho dos filhos e têm tempo para a família.

Qual o resultado de cada estilo para as crianças?

Crianças cujos pais tem um estilo autoritário costuma ter um bom desempenho escolar, poucos problemas de comportamento no entanto são crianças submissas que tentem a fazer de tudo para serem amadas, com habilidades sociais pobres baixa autoestima e alto índice de depressão, ansiedade e estresse.

Já as crianças cujos pais são permissivos costuma ter mau desempenho escolar e apresentar comportamentos antissociais. Elas aprendem que amar é ser cuidado pelo outro sem oferecer nada em troca. Valorizam demais as coisas materiais e tem baixa resistência a frustração. Além disso acreditam que não são capazes de realizar as coisas por si mesmas.

Os piores resultados para as crianças encontrados nas pesquisas demonstram que os pais negligentes levam as crianças a apresentarem problemas no desenvolvimento, problemas afetivos e comportamentais. São crianças com tendências antissociais desenvolvidas pela busca desesperada por amor e atenção. Apresentam com frequência: baixo desempenho acadêmico, alto nível de stresse, depressão, sentem que não serão amadas.

As crianças cujos pais são participativos têm os melhores resultados: elas entendem o que é respeito mútuo e que o seu comportamento tem consequências, sentem-se valorizadas, amadas e gostam da vida. Autoestima adequada, menor nível de estresse e depressão. São crianças mais otimistas com habilidades sociais e percepção de auto eficácia. WEBER (2014, p.63-69)

Então, você conseguiu identificar seu estilo com pai ou mãe? Como você está se sentindo em relação as informações desse texto?  Gostaríamos de enfatizar que, por mais que um estilo parental prevaleça, os pais podem transitar entre um estilo e outro, inclusive a mãe pode ter um estilo e o pai outro estilo. Pode ser que com um filho você se seja mais exigente, ou amoroso que com outro. O importante é ter como norte o estilo participativo e buscar ser muito exigente e rigoroso com as regras, mas também ser muito afetiva e participativa em cada fase do desenvolvimento do seu filho. Sabemos que educar os filhos pode ser uma tarefa muito difícil em alguns momentos e ajustes de rota são necessários e para esses casos talvez seja saudável buscar um auxílio de um psicólogo.

Dica de leitura:

Livro: Eduque com Carinho: Equilíbrio entre amor e limites

Autora: Lígia Weber

Editora: Juruá

Referência:

WEBER, Lígia (2014) Eduque com Carinho: Equilíbrio entre amor e limites. 5ª edição. Curitiba. Editora Juruá.

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