Meu filho manda na minha casa, e agora?

Meu filho manda na minha casa, e agora?

A relação dos pais com os filhos vem mudando continuamente na nossa sociedade, enquanto antigamente a educação era muito rígida, repleta de regras e obrigações para as crianças seguirem, correndo o risco de sofrerem castigos físicos, atualmente os pais tentam conduzir uma educação mais flexível, buscando assim, conquistar o amor do filho por meio da não violência.

Além das mudanças na sociedade, hoje existem leis que amparam as crianças e adolescentes desencorajando os pais de aplicarem castigos físicos, mesmo ainda sendo uma prática velada na sociedade. Enquanto pais percebem que a violência pode prejudicar a educação dos filhos, acabam não encontrando outras maneiras de, segundo eles, educarem seus filhos. Vale ressaltar que, se uma criança aprende a se calar após apanhar, pode aprender que se agredir o outro fará ele se calar.

Muitos pais que utilizam de castigos físicos expressam interesse em cessar com essa prática, assim como pais muito liberais demonstram interesse em serem mais rígidos, porém, como educar os filhos mantendo o vínculo positivo e potencializando seu desenvolvimento ao máximo?

Lembrem-se que desde o nascimento as crianças estão em aprendizado intenso, ou seja, a forma como se comporta, se expressa, lida com outros adultos e outras crianças é aprendido pelo bebê, desde os primeiros meses e anos. Logo que a criança desenvolve a fala e começa se comunicar com os adultos pela linguagem, já demonstra a expressão dos aprendizados obtidos desde o nascimento. Por exemplo, pais que conversam com os bebês de forma infantilizada, podem ensinar os filhos que não é importante falar corretamente.

A função de educar as crianças é essencialmente dos pais, contando muitas vezes com outros familiares durante esse processo, quando uma criança está na família, todos tem o papel de educadores, pois a criança está aprendendo algo com todos, mesmo que eles não estejam ativamente ensinando a criança. Ao perceber que os pais sentem-se culpados por cobrarem educação e regras, as crianças podem adotar comportamentos manipuladores.

É essencial saber trabalhar o tom de voz ao orientar os filhos, falando de maneira firme e clara, favorecendo que a criança entenda o que se espera dela, e o que foi feito errado. Pais que não seguem regras, ensinam os filhos que eles também não precisam seguir regras, no caso, as regras do próprio pai, portanto, fiquem atentos a isso!

Os pais devem sim brincar com os filhos, dedicarem alguns momentos do seu dia, todos os dias, para valorizarem a relação com o filho oportunizando o fortalecimento do vínculo e da afetividade. Educar não é só dar bronca, mas também brincar, ensinando assim o valor de seguir regras (nos jogos), trabalhando também a paciência de aguardar sua vez, entre outros conceitos que podem ser aprendidos em brincadeiras.

Esteja preparado para a desobediência, crianças estão aprendendo, logo, irão testar o aprendizado que recebem, até mesmo tentando entender se aquilo que os pais alertam faz sentido, é comum que crianças desobedeçam e não pensem nas consequências, por isso, é importante saber ser firme quando corrigir um erro. Os pais não devem perder a paciência diante dos erros dos filhos, ao invés disso podem demonstrar que, diante de problemas, podemos nos acalmar e resolver, ao invés de ensinar que quando temos problemas devemos nos desesperar e perder a paciência.

Uma dica importante é estabelecer uma rotina da casa, regras da casa, onde os pais e os filhos possam cumprir a rotina/regras, ensinando assim para os filhos a importância de serem justos e trabalharem com um objetivo, o crescimento pessoal e desenvolvimento de todos os membros da família, independente de quem seja subordinado (filhos) e de quem subordine (pais). Conforme a criança amadurece, pode inclusive participar na mudança das regras e das rotinas, valorizando suas opiniões e favorecendo a ideia de que as regras possuem um significado e um propósito.

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