Idosos e Isolamento Social

Idosos e Isolamento Social

Já não é novidade que o isolamento social trouxe consideráveis mudanças para a rotina das famílias em todo o mundo, inclusive no Brasil. Esta nova regra, que dita o distanciamento entre as pessoas, chega como uma ditadora cruel e implacável, cujo o lema é paradoxal: proteja a quem você ama, afastando-se. Nós, brasileiros, somos culturalmente calorosos em nossos relacionamentos interpessoais, um cumprimento a distância não é o bastante, temos a necessidade de apertar as mãos, abraçar, dar um beijo no rosto. Aprendemos desde cedo que o amor aproxima, e, não distancia, é como disse Vinicius de Moraes: “Amar é querer estar perto, se longe; e mais perto, se perto!”

Neste cenário como ficam nossos idosos? Eles compõem um dos principais grupos de risco em meio a esta pandemia, requerem cuidados dobrados para a proteção e manutenção de sua saúde biológica, todos estes cuidados os tornam o principal alvo do distanciamento. No entanto, é certo que não podemos deixar de lado sua saúde mental.

O convívio social é de extrema importância para a manutenção da saúde psíquica do idoso, o que lhe proporciona bem-estar. A falta deste convívio pode lhe trazer malefícios, tais como ansiedade, episódios depressivos, desesperança, sentimento de inutilidade, desânimo, opacidade e tantos outros. Mas como lidar com esta dicotomia, onde, tanto a presença quanto a ausência podem ser prejudiciais? Bem, o momento pede resiliência e reinvenção.

A tecnologia torna-se uma das principais ferramentas para ultrapassar, de forma segura, a barreira da distância. Sabe aquele idoso do qual você teve que se afastar para protegê-lo? Então, mostre para ele o quanto ele é importante, aproveite e mostre, também, que a tecnologia tem o poder de aproximar as pessoas, mesmo estando longe! Já que não pode visitá-lo presencialmente, visite-o virtualmente! Faça uma chamada de vídeo, ou mesmo uma ligação comum, e convide-o para tomar aquele cafezinho, você de cá e ele de lá, conversem bastante, peça para lhe ensinar a receita daquele bolo delicioso, peça para lhe contar aquelas estórias engraçadas, aquela piada antiga, falem sobre os mais diversos assuntos (deixe a pandemia um pouco de lado), sorriam bastante, pois, boas gargalhadas ajudam a liberar endorfina (hormônio que, quando liberado na corrente sanguínea, estimula a sensação de bem-estar e felicidade), ouça suas experiências de vida, elas são valiosíssimas!

Promova estes encontros virtuais sempre que possível, isso fará bem para ambas as partes!
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Autora
Luciana Santana
Psicóloga e Psicanalista

CRP 09/013008

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