Baleia azul, o jogo que estimula o suicídio de jovens
Um novo e perigoso jogo que estimula o suicídio em adolescentes tem deixado o mundo todo em estado de alerta. O desafio Blue Whale, em tradução Baleia Azul, iniciado na Rússia vem se espalhando rapidamente pelas redes sociais e agora chegou ao Brasil. E frente a um assunto tão polêmico, o Psicólogo pode contribuir, e muito, para compreensão de tais comportamentos de forma a ajudar pais, adolescentes, ou melhor, a sociedade como um todo.
De acordo com as autoridades russas, nos últimos seis meses cerca de 130 casos envolvendo suicídio de adolescentes após participarem do jogo on line. Já aqui no Brasil começa a ter os primeiros sinais de que a prática atingiu jovens brasileiros, como o caso de um rapaz de 19 anos, morador de Pará de Minas, que suicidou logo após ingerir grande quantidade de remédio. Portanto, nada melhor que divulgar informações de forma efetiva, objetivando prevenir futuros possíveis crimes contra a vida.
O desafio consiste em instigar os participantes, geralmente em grupos secretos no Facebook, a realizar tarefas diárias e diversas que, ao final, levariam à sua morte. O jogo é controlado pelo “curador” o responsável por ditar as regras a serem seguidas por cada jogador durante o decorrer das missões. No começo as tarefas dadas são mais simples, como: assistir filme de terror em plena madrugada, tirar selfies no topo de prédios, insultar os pais, colocar como status na rede social “eu sou uma baleia”. E depois elas vão se tornando mais perigosas: são ordenados a tatuar uma baleia no braço, se automutilar e, enfim, por último, é tirar a própria vida. A todo o momento são avisados de que não podem sair do jogo. E para sustentar a ação de poder sobre as vítimas usam de ameaças, como por exemplo: “se você não fizer isso a gente te mata” ou “matamos a sua família”.
A adolescência é uma fase marcada pela curiosidade, pela necessidade de pertencimento a um grupo, pela incapacidade de não perceber as consequências de seus atos e consequentemente acabam se deparando com dúvidas, medos e ilusões. Portanto, o jogo pode atrair o jovem pela sedução da emoção que os desafios propõem, pelo fato de pertencer a um grupo e uma forma de sinalizar que está sofrendo com algo que não sabe lidar.
A Psicologia, como ciência e profissão, inserida em seus diversos campos de atuação, ressalta que a melhor forma de prevenção é o diálogo, pois através dele constrói uma relação de confiança e liberdade para compartilhar seus anseios e angústias, pois se ele tiver este e espaço e for escutado não ficará vulnerável a este tipo de armadilha. Outro fator importantíssimo, que deve ser ressaltado, é que comportamentos problemas, como: isolamento, referir a sentimentos de culpa, angústia ou desesperança, devem ser observados por estes pais com o intuito de poder identificar uma possível depressão nessa fase da vida. Não esquecendo, é claro, que é preciso acompanhar o uso da internet e monitorar as redes sociais dos filhos. Proibir e controlar o acesso à internet não são recomendados, pois podem gerar mais interesse e curiosidade aos adolescentes, portanto o importante é criar regras para o uso da tecnologia.
Assim como a família, as escolas podem ajudar a identificar situações de riscos entre os alunos. O psicólogo atuante nessa área pode intervir de modo significativo levantando debates e discussões quando necessários, criando um espaço de diálogo franco acerca das dificuldades de todos, não só do aluno. Deste modo, a escola ajuda a criar laços e tem papel fundamental de perceber como os alunos se desenvolvem.
Por fim, ao perceber que o filho, sobrinho, afilhado esteja participando da brincadeira ou de qualquer outro tipo de jogo que coloque a vida em risco ou se machucar, e não sabe lidar com tamanha situação procure por ajuda de um psicólogo. A psicoterapia para adolescentes auxilia na gestão de conflitos e conduz na tomada de decisões conscientes e mais maduras por parte do jovem.
Imagem: retirada do google imagens