Tic tac, o tempo está passando…
Sabe aquela sensação que temos que fazer tudo rápido e às vezes várias coisas ao mesmo tempo? Um desespero quando algo planejamento não sai no tempo estipulado? Ou mesmo quando não conseguimos concluir algo? Aquela necessidade urgente de fazer algo como se o amanhã não existisse? Ou mesmo quando conseguirmos concluir algo e o sentimento de vazio toma conta? Ou mesmo com metas alcançadas ainda fica um sentimento de que falta algo ao invés de gerar felicidade pela concretização destas?
Se você se identificou com alguma dessas palavras, esse texto é para você!
Vivemos em um mundo imediatista e isso tem nos feito viver de forma acelerada e com baixa qualidade de vida e de relações. Entupimo-nos de compromissos, ficamos enterrados em trabalhos, e acabamos por deixar de lado o convívio sadio com familiares e amigos. Tenho percebido muito em consultório, que as pessoas estão em busca de um escape (fuga), o acumular a mente para que os sofrimentos não sejam revelados ou mesmo fuga da dor, da angústia. Criam uma rotina austera, em que o estar presente com as pessoas se torna ausente, meu corpo físico esta aqui, mas, minha mente, ah essa esta longeeeee! Muitas vezes está no planejamento do meu dia de manhã, preocupado com a atividade que não consegui concluir, no negócio que não fechei hoje ou em colocar minhas postagens em dia nas redes sociais.
Atitudes como estas fazem com que se instale ansiedade e incerteza, a ansiedade que destaco aqui é aquela que extrapola o nível comum. Faço aqui um recorte que ansiedade, angústia, raiva e medo são emoções inerentes a nossa condição humana, mas que em nível patológico o que antes eram propulsoras para novas realizações, uma força motivadora e de preservação, vai, com o tempo, tomando formas de um pânico, depressão ou certa compulsão.
Quem nunca se sentiu frustrado por não conseguir algo que almejava tanto? Algumas pessoas conseguem superar e dar um sentido para isso, já outras pessoas se sentem desiludidas e altamente frustradas e acabam, para se sentir livre disso, embarcando em vícios que momentaneamente aliviam e trazem à falsa sensação de liberdade. Para sanar esse sentimento alguns buscam nas drogas licitas ou ilícitas, outros no culto ao corpo perfeito e outros na comida, sexo …
Mas como desacelerar sem que esse sentimento sufocante de imediatismo me paralise?
O primeiro passo é o reconhecimento, através desse reconhecimento se permitir dar um tempo para você. Quero aqui te fazer um convite, que tal abrir um espaço na sua agenda para o seu autoconhecimento?
Muitas vezes, as feridas que fomos acumulando ao longo de nossa vivência, que não foram escolhidas e sim instaladas, intencionalmente ou não, por pessoas que nos são próximas e com significativa importância. Com certa frequência as guardamos como tesouros e vamos alimentando ou ignorando, o que faz com que nunca haja a cura ou cicatrização destas. E no auge de nossa vida adulta temos, ou é o que se espera o poder de nos questionar verdadeiramente, sobre o que foi nos incutido e podemos filtrar pela nossa percepção. Através desse trabalho interior de questionamento, procura e interiorização, podemos de fato nos encontrarmos.
Ai você me pergunta, como posso me confrontar a ponto de fazer essa viagem para dentro de mim?
A psicoterapia não existe apenas para as patologias ou para os “doidos”, como é povoado no imaginário do senso comum, mas, também para todas as pessoas que sintam que realizar este trabalho interior é um encontrar-se consigo mesmas ou um processo de redescoberta. À medida que vamos partilhando histórias, experiências e emoções com o psicoterapeuta, em conjunto, há a descoberta dos “vazios” e feridas que estão a causar sofrimento, você aprende cada movimento do próprio pensar, seja os padrões de pensamento, as crenças ou interpretações errôneas, as ações automáticas. Isso faz com que haja a identificação das “máscaras” que foram desenvolvidas ao longo da vida e, principalmente, o psicólogo procura desenvolver e aprofundar todos os recursos e capacidades, o que permite que as portas para a autorrealização e a responsabilidade pela própria vida sejam abertas.
Assim o tic tac vai tomando as badaladas com mais suavidade e sem o desespero do pensamento acelerado. Teremos a oportunidade de ser presentes em todos os ambientes e relacionamentos. Termino fazendo um convite para essa viagem interior, procure um profissional da psicologia e se aventure em novas possibilidades e descobertas.