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Mês de Prevenção ao Esgotamento e Autocuidado
Entende-se o burnout, Josh Cohen, “a exaustão sentida no burnout, combina com um desejo intenso por um estado de completude nunca será alcançada, que sempre há uma demanda, ansiedade ou distração que não pode ser silenciada”.
Esse cansaço ou fadiga estendida, causa no dia a dia, indisposição, falta de foco no presente, por a mente estar cansada esquece com muita facilidade, desgaste nas relações por não ser entendido ou conseguir se doar o necessário, e aqui, como demos o exemplo da relação mãe e criança, a mãe não consegue estabelecer um contato que seja satisfatória nem para criança e nem ela mesma, o que pode acarretar uma autocobrança enorme vinda da mãe. Por ser ensinado que mãe precisa ser perfeita, precisa saber educar seu filho de uma forma inquestionável. Pois bem a relação entre o esgotamento e o excesso do fazer não pode ser banalizado por nós enquanto comunidade.
Também trabalho, estudo, que demandem muito de nossas emoções à ponto de não render o quanto rendia vai ser motivos de esgotamento. Vamos dizer que você sobe uma escada e chega no último degrau e não consegue mais avançar. Essa seria a sensação de uma pessoa em estado de esgotamento, isso não envolve falta de vontade ou compromisso, mas o não dar conta. Não parte do querer ou não estar ou fazer algo, mas de se sentir cansaço sempre.
Pois bem, o esgotamento consiste quando se doar a algo e alguém não há mais espaço. Na esfera do cuidar, enquanto mãe, por exemplo, a exaustão da mulher que está maternando é um tema que não é debatido em comunidade.
Porque a mulher é como destinada a maternidade e ao cuidado, o que é a expectativa do ser mãe ou mulher ideal na sociedade, que por vezes, não conseguimos alcançar, por ser simplesmente inalcançável pelo simples fato de sermos humanas e errar, e ter limitações e fazer o possível.
Ditados populares como “padecer no paraíso” é construído nas falas sociais, levando a mulher a entender que ela é a única responsável por uma criança sem a necessidade de descansar, sem um apoio de uma figura paterna ou uma pessoa que venha a ajudar ela nos cuidados domésticos ou no cuidado para que a mãe venha a descansar.
Conseguir a mulher como um ser humano passível à erros, ao cansaço já é um primeiro passo para prevenção desse esgotamento mental. Essa pessoa, conseguindo delimitar algumas demandas e diminuindo o que se pode, já previne o cansaço e a falta do rendimento trazido por o burnout ou o evita.
Voltando ao exemplo, da maternidade, ao decidir ser mãe, buscar as informações para entender as fases de uma gestação, o que pode acontecer num pós-parto, pode gerar uma segurança maior na mulher, enfrentar essa fase.
Óbvio que vão ter seus contratempos naturais, personalidade do bebê e ambientes que influenciam no percurso natural da gestante e puérpera, afinal de contas ninguém consegue ter o controle de questões naturais, mas dentro do seu possível enquanto mulher, fazer a sua parte diante da decisão de ser mãe.
A prevenção sempre será o melhor caminho para o enfrentamento de um burnout.
Neste mês de Setembro, que levantamos a bandeira da conscientização ao suicídio, ao esgotamento de possibilidades de se viver bem, vamos também olhar para o esgotamento que pode levar a depressão, ansiedade e, em último caso, a morte de mães.
A busca por autoconhecimento e autoamor é a melhor prevenção para o combate ao suicídio e burnout em nossa sociedade.
Psicóloga: Jéssica Amanda Morais Rodrigues
CRP 15/3944
Texto base referencial
Pertensen, Anne Ellen. Não Aguento mais: Como os millenials se tornaram a geração do burnout. Disponível em: https://www.google.com.br/books/edition/N%C3%A3o_aguento_mais_n%C3%A3o_aguentar_mais/Yn89EAAAQBAJ?hl=pt-BR&gbpv=1&dq=defini%C3%A7%C3%A3o+de+burnout&printsec=frontcover. Acessado em: 04 de Setembro de 2024.